M – O Vampiro de Dusseldorf, Fritz Lang





Muitas vezes, um filme fica mais interessante quando se procura sobre ele. Com certeza, esse foi o caso de M para mim. Começando pelo fato de que pensei que o filme seria sobre um vampiro, e... não. O filme, em preto e branco (claro, 1931), conta a história de um assassino em série, Hans Beckert, que causou a morte de várias crianças. Nele, o assassino é pego pelo conjunto de criminosos da cidade, que o julgam por ter quebrado o código de ética deles. Durante o julgamento, a polícia encontra todos. Em momento algum existe algum vampiro nem menção a Dusseldorf. Achei o filme fraco, lento, e bem cansativo. Foram 3 tentativas pra conseguir assistir ao filme todo.

As únicas partes que achei realmente interessantes foram a perseguição a Hans, que é o motivo do nome do filme (M), e o julgamento feito pelos mafiosos. O julgamento me lembrou várias características da “justiça com as próprias mãos” que vemos hoje em dia e o motivo de estupradores e pedófilos não encontrarem muitos amigos nas prisões. Além disso, Hans tenta justificar seus crimes e a atuação de Peter Lorre é impressionante.

A tradução literal do nome em alemão seria “Uma cidade procura um assassino”, mas o filme foi traduzido dessa forma porque muitos julgaram que Fritz Lang se baseou em um famoso serial killer alemão da época, chamado Peter Kürten (que semelhança nos nomes, não?). Olhando a cronologia, Kürten foi preso pela primeira vez em 1912, libertado em 1921 e decapitado em 1931. Existem filmes sobre ele lançados em 1965 e 1991, além de um livro, escrito pelo Dr. Karl Berg. Fritz Lang negou essa inspiração.

As referências que encontrei divergem muito em datas, número de assassinatos e alguns detalhes, mas é bem fácil de perceber o motivo da notoriedade. Confessou um número massivo de 79 crimes, inclusive dois afogamentos quando era criança (5-9 anos, as fontes divergem bastante), além de torturar vários animais (cachorros, cisnes, bodes, ovelhas), praticar zoofilia e cometer estupros e espancamentos dos mais diversos tipos. Também tinha crimes como roubo e incêndio, um fofo. Não é à toa que chegou a ser muso de Stephen King em mais de uma ocasião. Minha opinião é que essa pessoa era bem criativa. E adivinhem de onde ele herdou isso? Do pai, alcóolatra violento, que espancava e estuprava sua mãe e suas irmãs.

Peter Kürten disse em seu julgamento que sentia prazer sexual com sangue, torturas e assassinato, mas que esse não era seu principal motivo, e sim “atacar a sociedade opressora”. Ao médico, ele reforçou o primeiro motivo, mas jamais saberemos a verdade. Peter chegou a se casar e sua confissão foi feita à mulher, logo antes de fugir, pedindo que ela levasse a confissão até a polícia.

Quer conhecer a cabeça de Peter? Bom, literalmente, você pode. A cabeça foi preservada e usada para estudos, porque os médicos da época queriam saber se o cérebro de Peter era igual ao de um ser humano considerado normal. Aparentemente, era. De qualquer forma, a cabeça está em um museu em Winsconsin, em uma exposição chamada “Ripley’s Believe It or Not!”.

O filme? Ah, achei um pouco chato. Gostei mais de procurar a história de Peter Kürten. Vamos ao livro?

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