Leon: O Profissional, Luc Besson






Mesmo que você tenha apenas um leve interesse em cinema, é provável que tenha ouvido falar desse filme. Trata-se de um longa de importância notável, além de ser a estreia da pequena Natalie Portman (Mathilda) e ter prestigiado Jean Reno (Leon). Ao mesmo tempo, é simples e elaborado.

Mathilda é uma jovem que sofre bastante, todos os dias, com a sua família horrível. Seu pai é um traficante de drogas violento, sua mãe é prostituta e sua irmã é desagradável e insensível. O único apego emocional é com seu pequeno irmão, de quatro anos. O problema começa quando ela sai para fazer compras e, ao retornar, encontra seu apartamento arrombado por policiais, com toda a sua família morta, inclusive seu irmão, que nada tinha a ver com os problemas dos pais. Mathilda então pensa rápido e toca a campainha de seu vizinho, Leon, e implora para que ele abra a porta, como se ela morasse ali, para salvar a vida dela.


Leon é um cara solitário e tranquilo, sem conexões emocionais, a não ser com a única coisa viva em sua vida, uma planta. É, uma planta. Ele se preocupa e cuida dela quase como se fosse um bonsai. Inclusive, uma das cenas famosas do filme inclui Mathilda carregando o vaso da planta pela rua. A rotina dele é bem simples e notável, além de solitária e isolada. Suas expressões se alteram bem pouco ao longo da trama (e isso não é uma comparação com a Kristen Stewart), já que poucas coisas realmente o afetam.




Leon diz que Mathilda poderia ficar por alguns dias, mas apenas isso. Até que ela pergunta qual a profissão dele, que responde que é um “limpador” (“cleaner”), ou seja, um assassino profissional. Para seu espanto, Mathilda não se assusta. Na verdade, quer ser igual a ele, para poder se vingar do policial que matou seu irmãozinho. A princípio, ele não aceita ensinar seus truques e sua “profissão”, exatamente por não gostar e por ter valores morais bem firmes, além do respeito pela vida. Pois é, valores morais que, por sinal, não vemos nos policiais do filme.

“It’s always the same thing: it’s when you start to become really afraid of death that you learn to appreciate life. Do you like life, sweetheart?”
(É sempre a mesma coisa: é quando você começa realmente a ter medo da morte que você aprende a apreciar a vida. Você gosta da vida, querida?)

Ao longo dos dias, então, Leon ensina a Mathilda todo o tipo de tarefa da sua profissão, desde a limpeza da arma até finalizar o serviço realmente. Minha cena favorita é justamente a da primeira morte de Mathilda, o momento de aprendizado é sensacional... e engraçado. O policial, Stansfield, é um babaca de personalidade instável e ego inflado como um balão, além de considerar a hierarquia uma coisa extremamente importante e, por isso, não tolerar que o contrariem. Por sinal, a frase acima é dele.

Apesar de ganhar muito bem pelos serviços que realiza e ser extremamente meticuloso, Leon não leva uma vida extravagante e sequer mantém com ele seu pagamento; tudo fica nas mãos de Tony, o mais próximo de um amigo que podemos reconhecer. Mathilda desenvolve um amor (nada saudável e normal) pelo seu novo professor, o que leva a algumas cenas bem desagradáveis e comportamentos nada aceitáveis. Tudo, é claro, é fruto da imaginação da garota, que sequer conheceu o amor de uma família. Leon e Mathilda trazem um ao outro um convívio social muito importante, que muda para sempre a vida deles.

Estes aspectos psicológicos do filme me levam a recomendá-lo para absolutamente todos os tipos de pessoas. A trilha sonora e a fotografia do filme foram muito bem feitas e levam a um clima de estabilidade e calmaria durante a maior parte do longa, bem parecido com a personalidade do protagonista.

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