O Exorcista, de William Friedkin



Não lembro exatamente quando foi a primeira vez que assisti "O Exorcista", mas lembro vividamente que este já possuía a fama de “filme mais assustador de todos os tempos”. Ora, para um filme que, desde o seu lançamento faz pessoas desmaiarem não é de se admirar, né? Pois é, esta obra magnifica do cinema não é apenas o registro de um enredo macabro e profundamente assustador, mas também é um marco de efeitos especiais bem feitos e realistas, capazes ainda de satisfazer os olhos experientes do atual espectador.

O palco dessa trama de horror é uma bonita casa na cidade de Washington, onde mãe e filha passaram a residir recentemente, porém há algo estranho pairando sobre ela e batidas perturbadoras vindas do sótão logo chamam a atenção. Seriam ratos? Bom, a resposta não é tão simples assim, e muito menos agradável. Não demora para que Regan, menina dócil e meiga, tenha uma repentina mudança de personalidade. Após passar por diversos médicos, que não chegam a conclusão alguma sobre a suposta enfermidade, sua mãe, Chris MacNeil, sem ver outra saída, decide procurar intervenção espiritual. E é aí que o show de horrores tem seu principal ato.


O Exorcista não é um filme simplório; todo o suspense não se resume às cenas explícitas de horror, mesmo que sejam estupendas. Este filme possui um enredo bem desenvolvido, baseado no livro homônimo, e tem seu suspense aprofundado por truques espertos de fotografia, boas atuações e uma trilha-sonora capaz de arrepiar até o mais duro coração. Foi indicado em nada menos que 10 categorias do Oscar, incluindo "Melhor Filme", "Melhor Diretor", "Melhor Atriz" e "Melhor Atriz Coadjuvante". Porém, a chave mestra do filme não é a sua proeza técnica, e sim sua a carga subjetiva. O tema do filme é o maior de todos os medos humanos: o desconhecido. É nisto que reside a força de "O Exorcista", e que, felizmente, foi muito bem trabalhado, resultando numa película tão memorável quanto "Psicose".

Após seu lançamento, criou-se um folclore em torno d’O Exorcista. Foi um filme polêmico e poderoso em sua época, mas que continua sendo motivo de fascínio e mistério. Afinal, quando uma menina feliz e bondosa é invadida por uma força maligna capaz de enganar e matar, sentimos que podem existir mistérios no mundo que fogem totalmente do nosso controle. E isso pode ficar na sua cabeça, criar fantasias, abalar sua fé e, com certeza, te fará sentir medo ao desligar a luz antes de dormir.

Para os céticos, este filme ainda pode ser um ótimo passatempo, pois é um belíssimo e macabro espetáculo, absolutamente necessário para os amantes da sétima arte. Tudo o que é necessário para um bom filme está aí: imagens memoráveis, trilha-sonora magnífica, atuações convincentes e enredo bem construído. Juntando tudo isso, temos um filme que ficará um bom tempo na sua cabeça. Cenas irão passar repetidamente em sua mente e, certamente, questionamentos profundos sobre vultos misteriosos vistos em sua sala serão bem recorrentes e por tempo indeterminado. Esteja avisado, mas não deixe de ter essa experiência.

0 comentários:

Postar um comentário

 

BLOG HORRORSHOW - CRIADO E DESENVOLVIDO POR ARTHUR LINS - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © 2015