Misery, Stephen King






Misery é um dos raros livros do autor que não possui elementos sobrenaturais, mas mesmo assim consegue aterrorizar. A obra iria ser publicada sob o pseudônimo de Richard Bachman, no entanto, a identidade foi descoberta antes do lançamento e não haveria motivo de King publicá-lo sobre o nome de Bachman.

Em "Misery" somos apresentados a uma das vilãs mais memoráveis de Stephen King: Annie Wilkes. O livro é ambientado quase todo em sua casa, para onde o protagonista Paul Sheldon, um famoso escritor, é levado por ela após sofrer um acidente de carro. Annie era enfermeira e usa seus conhecimentos para ajudar Paul a se recuperar do acidente, que lhe causou uma grave lesão nas pernas. Incapacitado de andar e sentindo dor o tempo todo, recebendo assim uma grade rigorosa de medicamentos, Paul percebe que há algo de errado com Annie à medida que esta começa a descontar sua raiva por pequenas coisas em Paul. A situação piora quando a psicopata se mostra ser realmente a fã número um de Misery, protagonista dos mais famosos livros de Paul Sheldon, que morrerá no mais recente romance do escritor, que já está nas mãos de Annie. Após terminar o livro, a vilã fica furiosa e obriga Paul a iniciar um novo romance de Misery só para ela. A partir daí, as coisas são vão piorando para Paul Sheldon.

"Misery" é simplesmente angustiante, capaz de nos enojar e horrorizar. Mesmo sem elementos sobrenaturais ou sem aprofundar elementos do verdadeiro terror, que é a apreensão pelo desconhecimento do que virá, ficamos aflitos para saber como Paul irá escapar das torturas e crueldades de Annie. A escrita de Stephen King é temperada com uma pitada de seu típico humor negro, colocado com frequência e em momentos aceitáveis. Ao decorrer do livro, tive que parar de ler em várias partes, perplexo demais devido ao que estava sendo narrado ali. "Misery" possui uma história simples, mas extremamente pesada e chocante, aterrorizando de verdade em vários momentos.

Quanto ao final, Stephen King é famoso por dar um banho de água fria no desfecho de alguns de seus livros, mas aqui isso não aconteceu. Além de não ser um final que ou se ama ou se odeia, acredito que possa agradar a todos, por mais que possa parecer previsível para alguns. O livro trata sobretudo das crueldades que uma mente psicótica pode cometer devido a descontroladas obsessões, ainda mais quando se trata especificamente da fã e seu ídolo. "Misery" está entre os melhores livros que li do autor e me instigou a voltar a acompanhar suas obras do modo frequente que eu fazia ano passado.

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